Distribuição

Enel vê renovação das concessões de distribuição como prioridade para o país

Dona da Enel Rio, distribuidora de energia que atende parte da região metropolitana do Rio de Janeiro e cuja concessão vence em dezembro de 2026, a gigante energética italiana Enel aguarda a definição das regras para o processo de renovação dos contratos das distribuidoras. A empresa também acompanha de perto os desdobramentos do caso da Light, que atende a capital fluminense e cuja concessão vence em junho do mesmo ano, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o governo federal. Assim como a distribuidora vizinha, a Enel Rio enfrenta dificuldade de acesso a comunidades controladas pelo tráfico de

Enel vê renovação das concessões de distribuição como prioridade para o país

Dona da Enel Rio, distribuidora de energia que atende parte da região metropolitana do Rio de Janeiro e cuja concessão vence em dezembro de 2026, a gigante energética italiana Enel aguarda a definição das regras para o processo de renovação dos contratos das distribuidoras. A empresa também acompanha de perto os desdobramentos do caso da Light, que atende a capital fluminense e cuja concessão vence em junho do mesmo ano, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o governo federal.

Assim como a distribuidora vizinha, a Enel Rio enfrenta dificuldade de acesso a comunidades controladas pelo tráfico de drogas e grupo paramilitares na área de concessão. A ausência do poder público e de segurança nessas localidades impede que as concessionárias efetuem o serviço de operação e manutenção da rede e o combate ao furto de energia da forma esperada. 

Em sua última edição do Energy Report, a PSR destacou que essas concessionárias apresentam “complexidades intrínsecas difíceis de serem capturadas pelos modelos econométricos utilizados na regulação”.

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Para Nicola Cotugno, principal executivo da Enel no Brasil, com relação às regiões onde o poder público não consegue garantir a segurança necessária para a prestação de serviços públicos, a definição e a aferição das metas de qualidade de serviço e de perdas não-técnicas (furto e fraude) deveriam ter tratamentos diferentes.

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“A renovação das concessões de distribuição é um tema prioritário”, afirmou o executivo, à MegaWhat. “Existe uma peculiaridade da situação do Rio. O modelo [regulatório] não consegue captar a realidade do Rio de Janeiro para dar sustentabilidade ao plano de investimentos”, completou.

Um grupo de cerca de 20 distribuidoras terão o vencimento do respectivo contrato de concessão até 2031. Apesar da urgência do tema, a equipe de transição de governo não tratou do assunto nas 67 páginas do relatório final encaminhado para o presidente Lula no fim do ano passado.

Apesar da situação crítica em comunidades dominadas pelo poder paralelo, a Enel Rio conseguiu melhorar os indicadores técnicos no último ano. O índice de perdas totais da companhia em 12 meses encerrados em setembro de 2022 totalizou 21,56%, uma queda de 1,85 ponto percentual ante igual período anterior. Na mesma comparação, os índices de continuidade do serviço também apresentaram melhora. O DEC ficou em 9,91 horas (queda de 4,5%), enquanto o FEC foi de 4,49 vezes (redução de 20,4%).

Nos últimos cinco anos, a Enel Rio investiu mais de R$ 4,3 bilhões em sua área de concessão. Desse total, cerca de R$ 1 bilhão foi aplicado apenas nos primeiros nove meses de 2022.

Considerando as três distribuidoras do grupo no Brasil (Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo), a Enel investiu mais de R$ 3,4 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado. Os investimentos foram direcionados principalmente para automação e modernização da rede de distribuição.

Enel Ceará

Segundo maior grupo de distribuição de energia do país, em números de clientes, atrás apenas da Neoenergia, a Enel possui cerca de 14,3 milhões de unidades consumidoras, por meio de suas três distribuidoras. Este número deve cair para aproximadamente 10 milhões, caso a companhia seja bem sucedida no seu plano de venda da Enel Ceará (antiga Coelce).

Na última semana, a Enel Brasil iniciou os procedimentos de análise e prospecção para possível venda do ativo. Segundo Cotugno, a meta é realizar a venda da distribuidora cearense ainda em 2023, atendendo o que foi definido no plano estratégico do grupo italiano, divulgado no último encontro anual com investidores, em novembro de 2022. O executivo reforçou não haver plano de venda das distribuidoras do Rio e São Paulo.

Nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, o presidente da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, afirmou que o grupo vai analisar a oportunidade, mas que será prudente.

Cotugno lembrou ainda que o Brasil está entre os países prioritários de investimentos do grupo italiano. O plano estratégico da Enel Américas para o período 2023-2025 envolve investimentos de cerca de US$ 5 bilhões na região. Desse total, cerca de US$ 3 bilhões serão destinados ao Brasil, principalmente aos negócios de distribuição e geração renovável.

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