
A MGas, joint-venture de comercialização de gás da J&F e do grupo de investidores Inner Grow, iniciou na última quinta-feira, 17 de abril, operação piloto de importação de gás natural da Argentina. O gás passa pela infraestrutura da Bolívia, e o volume da operação não foi informado.
Esta é a terceira remessa de gás argentino ao Brasil, depois de importações pela Matrix, com volume total de 4,5 milhões de m³, e da Edge, que também não informou o volume comercializado. A MGas tem autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para importar até 10 milhões de m³ de gás por dia da Argentina e Bolívia.
Em nota, o diretor de Operações da MGas, Henrique Baeta, avaliou que a oferta de gás argentino pode representar vantagens competitivas, “principalmente se concluídos os investimentos necessários a um fluxo de suprimento contínuo e de grande escala”. A falta de infraestrutura do lado argentino é um desafio para importação de gás em maiores volumes e frequência com competitividade, segundo a Transportadora Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), que recebe as moléculas após passagem pela infraestrutura boliviana.
A MGas declarou ter como objetivo abastecer tanto clientes industriais quanto usinas térmicas – no Brasil, o grupo J&F também é controlador da Âmbar Energia, que tem 1,6 GW em capacidade de geração térmica a gás natural.
A comercializadora declarou ainda que planeja importar gás natural liquefeito (GNL) da Argentina a partir de 2027. O país vizinho trabalha em um projeto para construir sua primeira planta de liquefação de gás, mas ainda não há data prevista para a operação. Em 2023, a J&F anunciou sua entrada no setor de óleo e gás com a aquisição da Fluxus, companhia com ativos na Argentina. No ano seguinte, a J&F comprou a Pluspetrol Bolívia, com produção de 100 mil m³ de gás natural por dia e potencial estimado de mais de 1 milhão de m³ de gás por dia. Em 2025, a J&F firmou parceria com boliviana YPFB para avaliar o potencial de bacias na Bolívia.