O governo do Ceará pode receber mais de US$ 30 bilhões em investimentos para construir até 11,8 GW em capacidade de hidrogênio verde (H2V). O cálculo considera os 37 memorandos de entendimento assinados com empresas nacionais e estrangeiras e a viabilização dos projetos 2031, divulgado pela consultoria norte-americana IXL Center e que contou com a participação de especialistas da Universidade de Harvard e do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT).
Do valor, US$ 18 bilhões devem ser aplicados em renováveis; US$ 12 bilhões em hidrogênio e amônia; e US$ 400 milhões em linhas de transmissão, via investimento público.
O estudo foi realizado a pedido do governo do estado e aponta a necessidade de investimentos superiores a R$ 3,42 bilhões para finalizar o hub de H2V nos próximos cinco anos. O valor é distribuído em R$ 700 milhões em infraestrutura portuária; R$ 300 milhões em água de reuso; R$ 2, 27 em linhas de transmissão; e R$ 150 milhões em infraestrutura hídrica.
O levantamento ainda estima que a produção estimada de hidrogênio verde no complexo do Pecém é de 1 milhão de toneladas até 2030, com 6 GW de eletrólise.
Para concretizar os projetos e alcançar as estimativas, o mapeamento diz que o H2V exigirá investimentos significativos em infraestrutura, “criando um boom no setor de construção”. Além disso, nos próximos seis anos, serão necessários investimentos de até US$ 12 bilhões em construção e construção pesada e de até US$ 6 bilhões no setor metalmecânico.
“Nós queremos transformar o Ceará no hub de hidrogênio verde do Brasil, da América Latina. Com o Porto do Pecém, com os investimentos que estamos fazendo, deixamos o Ceará como o estado mais preparado para atrair investimentos e ser o maior produtor de hidrogênio verde em grande escala no país, e provavelmente nas Américas”, disse o governador do estado, Elmano de Freitas (PT), durante apresentação do levantamento.
No início de junho, Freitas disse que o Ceará pretender reformar o porto para escoar a produção de hidrogênio verde. No momento, o estado tem 37 memorandos de entendimento com empresas nacionais e estrangeiras assinados, sendo que seis já evoluíram para pré-contratos firmados com o Complexo do Pecém.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Salmito Filho, por sua vez, ressaltou a importância do Brasil, e do Ceará, nesse momento de transição energética e que o estado precisa “largar na frente” na corrida, que pode levar ao desenvolvimento econômico e a reindustrialização.
“O Ceará já está se adiantando, já temos a área onde o hub de hidrogênio verde irá funcionar, no setor dois da ZPE Ceará, com o licenciamento ambiental prévio aprovado”, disse o secretário.