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Com "acirramento" de competição no setor eólico do Brasil, Fitch rebaixa classificação de Aeris

Com expectativa de "acirramento" da competição no setor eólico e de baixo crescimento para projetos no Brasil, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou nesta quinta-feira, 20 de dezembro, o rating nacional de longo prazo da fabricante de pás eólica Aeris Energy de ‘A+’ para ‘A’. A perspectiva é negativa.

Com "acirramento" de competição no setor eólico do Brasil, Fitch rebaixa classificação de Aeris

Com expectativa de “acirramento” da competição no setor eólico e de baixo crescimento para projetos no Brasil, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou nesta quinta-feira, 20 de dezembro, o rating nacional de longo prazo da fabricante de pás eólica Aeris Energy de ‘A+’ para ‘A’. A perspectiva é negativa.

O rebaixamento reflete as incertezas da Fitch sobre a capacidade da Aeris de fortalecer sua carteira de contratos (backlog) de produção e venda de pás para aerogeradores, para tornar seu desempenho operacional e financeiro “mais robusto e previsível”, expandir sua geração operacional de caixa e reduzir sua alavancagem financeira.  

Segundo os analistas Mauro Storino, Rafael Faro e Wellington Senter, a carteira de contratos da Aeris tem diminuído, chegando aos 5 GW em setembro de 2023.  A título de comparação, os consultores destacam que, em junho de 2022, a companhia tinha 13,6 GW.  

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Com contratos até o final de 2024, a perspectiva da casa de análise é uma redução na previsibilidade da receita da fabricante para os anos seguintes. Em novembro, o CEO da companhia, Alexandre Negrão, anunciou o follow on da fabricante brasileira de pás para ajudar a empresa “a navegar em 2024, que será um ano mais desafiador em termos de demanda”. 

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Para a Fitch o backlog da Aeris começará a ser reposto com maior efeito a partir de 2025.  

Mercado brasileiro 

Em relação à desaceleração da indústria de aerogeradores, os analistas destacam que há expectativa de baixo crescimento para os projetos de geração de energia eólica no Brasil.  

“O aumento médio anual de capacidade instalada no país para esta fonte deve ficar em torno de 7,1% até 2027, frente à média anual de 16,2% de 2019 a 2023. Deve haver ainda acirramento da competição no Brasil, com ao menos um fabricante de pás começando a operar”, afirmam Storino, Faro e Senter.  

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