A petroleira Enauta fechou 2021 com lucro líquido de R$ 1,44 bilhão, uma alta de 1.065% em relação ao ano anterior. O crescimento é ainda mais expressivo comparando o quatro trimestre de 2021 ao de 2020, com uma alta de 1.707,9%, alcançando R$ 690,7 milhões.
A alta dos resultados deve-se a três pontos principais: aumento da demanda de gás natural e valorização das comodities, como a alta do preço do barril do Brent; do recebimento de US$ 144 milhões referente à última parcela dos recursos da venda do Bloco BM-S-8 (Carcará); e aumento de 54% nas reservas 2P do Campo de Manati, em comparação à certificação anterior.
Em fevereiro deste ano, a empresa também iniciou a perfuração do primeiro poço exploratório na Bacia de Sergipe-Alagoas, com grandes expectativas. Mas antes de prospectar a exploração de outros poços na bacia, a empresa aguarda o resultado do primeiro poço.
“Vamos esperar o resultado do poço que está sendo perfurado, e que tem expectativa grande em volta daquela área, que tem uma série de descobertas da Petrobras. Passa muito mais perto da costa que os grandes campos do Pré-Sal em São Paulo e no Rio de Janeiro. Vamos avaliar o resultado para fazer a estratégia”, disse o CEO da Enauta, Décio Oddone, durante teleconferência de resultado com analistas.
Com ativos maduros em produção, e o início da exploração em Sergipe-Alagoas, a empresa continuará a buscar ativos no mercado, e manter a diversificação de caixa da companhia. A busca não se dará apenas no volume de produção, o que segundo o CEO da Enauta, não é o que traz riqueza para o investidor.
“Quem está só na exploração, não tem geração de caixa para financiar a exploração. A exploração é um jogo caro, especialmente offshore, e tem que ser jogado por uma empresa com sólida geração de caixa. Nossa ambição na Enauta é criar uma empresa independente que tenha posicionamento nessas três etapas da exploração”.
Mas só com o sistema antecipado de produção de Atlanta, e a sólida geração de caixa do campo de Manati, Oddone entende ser pouco para buscar novos ativos. Para isso, a empresa deve usar a sua capacidade de endividamento do caixa, gerando recurso no curto prazo.
“Ainda tem ativos disponíveis no mercado brasileiro, estamos ativamente trabalhando nessa direção, não tivemos sucesso, é verdade, mas alguns ativos foram muito inflacionados. Algumas transações que nem foram confirmadas em razão desse inflacionamento dos ativos”, disse Oddone, dado o momento de alta do preço das commodities.
