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Eneva espera leilão de reserva de capacidade sem mudanças estruturais e com térmicas mais competitivas

Previsto para ocorrer em 2024, o leilão de reserva de capacidade não deve sofrer mudanças estruturais, já que a ideia do certame é contratar capacidade e buscar novos caminhos de neutralidade tecnológica, ou seja, sem direcionar a demanda para uma fonte específica. A avaliação é de Marcelo Habibe, diretor Financeiro da Eneva. O leilão de reserva de capacidade visa a expansão da oferta de energia e a garantia de continuidade do fornecimento de eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN). Os empreendimentos cadastrados têm o intuito de possibilitar a segurança do sistema ao serem despachados em momentos de alta demanda e/ou baixa geração das demais fontes.

Eneva espera leilão de reserva de capacidade sem mudanças estruturais e com térmicas mais competitivas

Previsto para ocorrer em 2024, o leilão de reserva de capacidade não deve sofrer mudanças estruturais, já que a ideia do certame é contratar capacidade e buscar novos caminhos de neutralidade tecnológica, ou seja, sem direcionar a demanda para uma fonte específica. A avaliação é de Marcelo Habibe, diretor Financeiro da Eneva.

O leilão de reserva de capacidade visa a expansão da oferta de energia e a garantia de continuidade do fornecimento de eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN). Os empreendimentos cadastrados têm o intuito de possibilitar a segurança do sistema ao serem despachados em momentos de alta demanda e/ou baixa geração das demais fontes.

Em julho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o leilão de reserva de capacidade deve ter novos produtos e contar com uma ampliação no escopo tecnológico. A nova formatação está sendo finalizada para ser apresentada em consulta pública. 

“A gente tem essa expectativa de que saia a consulta pública e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) tem comentado bastante sobre ouvir o mercado e buscar um leilão de neutralidade tecnologia. Acreditamos que a forma de buscar o leilão é trazendo a questão da neutralidade tecnológica para a mesa e vemos que a consulta pública tem isso, mas não acreditamos em mudanças estruturais na forma do leilão, uma vez que busca contratar a capacidade”, compartilhou Habibe em teleconferência com analistas e investidores.  

O diretor Financeiro também afirmou que as termelétricas são os ativos com a melhor característica para fornecer essa confiabilidade para o sistema de reserva. 

“Por mais que a consulta venha a buscar outros ângulos para uma neutralidade tecnológica, a gente acredita que para esse fim a termelétrica vai continuar sendo a mais competitiva”, destacou. 

O primeiro leilão desta modalidade foi executado em 2021, quando foram contratados empreendimento novos de termelétrica a gás natural e de biomassa. A previsão é de que a operação desses projetos seja iniciada em 2026. 

Exportação de energia 

Ainda na teleconferência, o Marcelo Habibe afirmou que a exportação de energia e gás natural para a Argentina deve se manter estável no segundo trimestre de 2023. 

“Mesmo com a entrada [em operação] do gasoduto Nestor Kirchner, a Argentina ainda precisa importar gás natural ou energia do Brasil. A demanda continua. A perspectiva agora, com os níveis dos reservatórios começando a cair, é que novas oportunidades [de exportação] vão surgir, especialmente em semanas mais frias na Argentina”, afirmou Habibe. 

Com a hidrologia favorável do período, a geração líquida de energia elétrica da Eneva alcançou 1.548 GWh no trimestre, sendo 838 GWh destinados à exportação para a Argentina e para o Uruguai.  

A maior demanda por energia para os países também surtiu efeito na produção de gás natural da empresa, que totalizou 0,30 bilhão de m³ (bcm), sendo 0,24 bcm no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo de Azulão, para suprimento da UTE Jaguatirica II.  

O maior volume nas exportações impactou diretamente no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Eneva, que atingiu R$ 1,2 bilhão no período, aumento de 144% frente ao segundo trimestre do ano passado. Do Total, R$ 198 milhões vieram das exportações no período, alta de 73% em relação ao ano passado. 

De acordo com a empresa, o Ebitda também foi impactado pelas aquisições da Centrais Elétrica do Sergipe (Celse) e da Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF) no segundo semestre de 2022, gerando um Ebitda de R$ 575 milhões no segundo trimestre deste ano. 

No período, a Eneva registrou lucro líquido de R$ 372,3 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 152,7% em relação a igual etapa do ano passado. Enquanto a receita operacional líquida da companhia subiu 87,1% na mesma comparação, chegando aos R$ 2,5 bilhões. 

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 16,6 bilhões, um crescimento de 224,1% na comparação com a mesma etapa de 2022. 

Novas aquisições 

Questionado sobre a busca de parceiros para renováveis, o executivo afirmou que o processo está em andamento para eólicas e solares.  “Buscamos sócios para projetos solares e para o eólico do Rio Grande do Norte, chamado Santo Expedito. Os sócios serão somente para esses ativos.” 

Segundo Habibe, os interessados têm até o fim de agosto para enviar propostas não-vinculantes para empresa, que deve apresentar uma decisão até o fim do ano.