Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2012-2016) e funcionária de carreira da Petrobras, deve assumir a presidência da companhia após a queda de Jean Paul Prates, ocorrida nesta terça-feira, 14 de maio.
Em comunicados ao mercado, a estatal confirmou a saída de Prates e a indicação de Chambriard para a posição pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Ela também foi indicada para a presidência do Conselho de Administração da estatal, atualmente ocupada por Pietro Mendes, que também é secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME.
Magda Chambriard fez carreira na área de produção da Petrobras, onde entrou em 1980, e foi diretora-geral da ANP durante os mandatos de Dilma Rousseff. No cargo, liderou os estudos técnicos que culminaram na primeira licitação do pré-sal, em 2013, além de licitações tradicionais sob regime de concessão. Antes, foi diretora de Exploração e Produção e superintendente de Exploração da ANP, quando implementou o plano plurianual de Geologia e Geofísica da agência, que resultou na coleta de dados importantes para licitações em bacias sedimentares de novas fronteiras. Chambriard foi cedida à ANP em 2002, quando trabalhava na área de Novos Negócios de E&P da Petrobras.
Jean Paul Prates Prates deixa a presidência da companhia após um ano e quatro meses. Neste período, entregou o segundo maior lucro da história da Petrobras, em 2023, e defendeu investimentos em transição energética, o que chamava de “preparar a Petrobras do futuro”.
Desde que assumiu o cargo, Prates enfrentou polêmicas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em relação a temas sobre a disponibilização de gás natural. Havia também tensão no Conselho de Administração da companhia, até então presidido por Pietro Mendes, aliado de Silveira.
A última crise entre o ministro e Prates foi relacionada à distribuição de dividendos extraordinários da companhia após o exercício de 2023. Prates defendia a distribuição de 50% dos lucros, enquanto a ala governista preferia a retenção dos valores, tese que acabou vencendo na votação do Conselho da estatal e derrubou o valor das ações da Petrobras.
Na ocasião, Prates comentou que se absteve de votar porque teria minoria dos votos e que a orientação para a retenção dos valores veio do acionista controlador, ou seja, da União. Ele sai do cargo um dia após a divulgação dos resultados da Petrobras do primeiro trimestre de 2024, quando também foi anunciada a distribuição de 50% dos dividendos do ano anterior.
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