Eólica

Crise da Siemens Energy acende alerta sobre futuro da Aeris no Brasil

As ações da fabricante de pás eólicas Aeris despencaram mais de 10% no pregão desta segunda-feira, 26 de junho, depois que a Siemens Energy, dona da Siemens Gamesa, informou que os problemas de qualidade nos aerogeradores são maiores que o esperado e que devem custar um montante superior a 1 bilhão de euros para serem superados.

Crise da Siemens Energy acende alerta sobre futuro da Aeris no Brasil

As ações da fabricante de pás eólicas Aeris despencaram mais de 10% no pregão desta segunda-feira, 26 de junho, depois que a Siemens Energy, dona da Siemens Gamesa, informou que os problemas de qualidade nos aerogeradores são maiores que o esperado e que devem custar um montante superior a 1 bilhão de euros para serem superados.

Como a Aeris é uma das fornecedoras da Siemens Gamesa no Brasil, a notícia acendeu o alerta no mercado, diante do receio de que os negócios da fabricante de aerogeradores possam ser afetados no país daqui para a frente.

As ações da Aeris (AERI3) recuaram 12% no pregão de hoje, a R$ 1,32 – muito distante da máxima de R$ 13,05 atingida em janeiro de 2021, pouco depois do seu IPO. Já as ações da Siemens Energy negociadas na bolsa de Frankfurt recuaram 2,05%, a 14,35 euros, depois de uma retração de 37% na sexta-feira, 23 de junho. 

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Após o fechamento do pregão, a companhia publicou comunicado ao mercado afirmando que “não há qualquer relação” entre os problemas operacionais observados pela Siemens Energy e as pás produzidas pela Aeris e fornecidas à Siemens Gamesa. Além disso, informou que está “devidamente resguardada por cláusulas contratuais adequadas” e a situação da Siemens não deve ter nenhum impacto no cumprimento do contrato de fornecimento com a empresa alemã.

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Segundo o BTG Pactual, com base nos dados do primeiro trimestre do ano, a Siemens Gamesa representava 15% do volume de encomendas da Aeris.

A fabricante de pás é protegida por um contrato ‘take or pay’, ou seja, o cliente é obrigado a pagar uma parcela significativa da encomenda, mesmo se desistir do produto, mas ainda assim o banco avalia que a situação da Siemens deve enfraquecer o mercado de fornecedores de eólicas, de modo geral.

“Enquanto ainda vemos uma retomada gradual de volumes neste ano e no próximo, o problema da Siemens pode adiar a retomada do setor”, escreveram os analistas Lucas Marquiori e Fernando Recchia, do BTG Pactual, em relatório enviado a clientes. 

No relatório, os analistas explicam que o contrato vigente entre a Aeris e a Siemens, que vence em 2024, garante a remuneração de 60% dos volumes contratados. Além disso, não está claro, pelo comunicado da Siemens Energy, se as operações no Brasil representam uma parcela importante dos problemas detectados.

O banco manteve a recomendação neutra para as ações da Aeris. A recomendação era de compra até agosto do ano passado, mas o cenário de enfraquecimento da demanda e da indústria eólica motivou o BTG a revisar as perspectivas da companhia.

(Atualizado em 26/06/2023, às 20h30, para inclusão do posicionamento da Aeris divulgado ao mercado)

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