O mercado global de energia eólica deve ultrapassar a marca de 1 TW de capacidade instalada até o final de 2023, segundo estudo da Wood Mackenzie. O mesmo montante deverá ser adicionado nos próximos oito anos, projeta Luke Lewandowski, diretor de Pesquisa da consultoria.
Em 2022, a fonte eólica adicionou 78 GW de capacidade instalada, chegando a 906 GW no total instalado no mundo. Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos e Suécia lideraram o ranking de adição de capacidade no último ano, representando 71% das instalações.
O terawatt adicional deve ser impulsionado pela energia eólica offshore, que será responsável por 26% das adições na capacidade total nos próximos dez anos, segundo o estudo da Wood Mackenzie. No entanto, para esse montante ser implementado, Lewandowski defende que a fonte deve se tornar mais acessível nas diferentes regiões do mundo por meio do desenvolvimento de tecnologia e da cadeia de suprimentos.
Na projeção da consultoria, pelo menos 30 países serão responsáveis por desenvolver o setor offshore na próxima década, com destaque para os países da União Europeia e a China, que juntos, devem responder por 81% das adições de capacidade eólica offshore no mesmo horizonte.
“Se olharmos mais de perto para a China, a nova capacidade conectada à rede na região caiu 21% em 2022, principalmente devido à política de isolamento social que limitou significativamente as adições de capacidade no quarto trimestre. Os projetos que não se conectaram à rede no quarto trimestre devem ajudar a impulsionar as perspectivas da China para este ano”, afirma Lewandowski.
Ainda segundo o diretor da consultoria, os Estados Unidos também devem aumentar a sua capacidade instalada, dada a recente aprovação do Inflation Reduction Act (IRA), que tem como pilar a concessão de incentivos (US$ 370 bilhões) para acelerar a transição energética ao longo de dez anos. Entretanto, Lewandowski avalia que as companhias do setor ainda aguardam uma orientação de elegibilidade de crédito fiscal do governo, e que isso está gerando “incertezas” e afetando as instalações de eólicas no curto prazo.
No horizonte de dez anos, são previstos mais de 343 GW de capacidade offshore e onshore a serem adicionados na Europa, sendo que a offshore deve representar 39% da nova capacidade no bloco.
Já a eólica onshore deve crescer na Alemanha, Espanha e em mercados emergentes da Europa Oriental e do Uzbequistão, conforme previsão do Wood Mackenzie.
Ainda de acordo com a pesquisa, o hidrogênio verde apoiará a demanda no Oriente Médio e na África, resultando em 72 GW de adições de capacidade total ao longo dos próximos dez anos. O desenvolvimento na região permanece modesto no curto prazo, mas ultrapassará a marca anual de 5 GW em 2025 e continuará em 2032, com uma taxa média de crescimento anual de 42% para o período de previsão.
Energia eólica no Brasil:
