Binacional

Retomada de grandes hidrelétricas pode ter binacional com a Bolívia

Ministro Alexandre Silveira assina acordos na Bolívia durante visita oficial - Foto: Ricardo Botelho/MME
Ministro Alexandre Silveira assina acordos na Bolívia durante visita oficial - Foto: Ricardo Botelho/MME

Ao celebrar o resultado do leilão de energia nova A-5, que contratou 815 MW em projetos de hidrelétricas de até 50 MW, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, levantou a possibilidade de uma nova hidrelétrica binacional com a Bolívia.

“Em especial, para a retomada das grandes hidrelétricas, ampliamos a cooperação com a Bolívia para aproveitar o potencial do rio Madeira. Falei com o presidente Lula sobre a importância de enfrentar esse debate, e a ideia é avançar”, disse o ministro.

Para o futuro, Alexandre Silveira disse que o governo considera um potencial de 3 GW em novas hidrelétricas de até 50 MW, “já colocadas em perspectiva”.

Pequenas hidrelétricas

Silveira destacou os números do certame e seus efeitos no setor, listando que a cada 1 GW em hidrelétricas de até 50 MW, equivale a 60 mil empregos, nova demanda de 120 toneladas de aço., e de 2,5 milhões de metros cúbicos de concreto.

“É alternativa para nossa indústria siderúrgica que atravessa um delicado momento em virtude das tarifas impostas pelos norte-americanos. Me refiro à CSN, Açominas, a Usiminas, Gerdau e ArcelorMittal”, completou Alexandre Silveira.

Além dos números, ainda destacou que as usinas representam crescimento significativo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios, e que o uso múltiplo dos reservatórios favorece a irrigação, agricultura familiar e o agronegócio.

MPs no Congresso

Além das hidrelétricas, Silveira falou sobre as medidas provisórias que aguardam a análise do Congresso, o ministro disse estar em conversa com os parlamentares e que continuará esse trabalho. No caso da MP 1.300, que perde sua eficácia em 27 de setembro, Silveira pediu a dedicação do Congresso.

“É fundamental que haja uma dedicação dos parlamentares, que nenhuma delas perca os prazos para a sua análise e com o maior respeito ao Congresso Nacional e à sua autonomia, nós estamos conclamando para que o Congresso se debruce sobre temas tão importantes para segurança energética, modicidade tarifária e avanço da indústria nacional das energias no Brasil”, reforçou.

Quanto à Tarifa Social, prevista no texto da MP 1.300, a compreensão do Ministério de Minas e Energia (MME) é que sua eficácia está garantida, uma vez que os contratos já contam com os termos aditivos.

“Mas para que ela seja permanente, é importante a aprovação da medida. E nós só podemos, pelo princípio da razoabilidade, analisar uma nova medida provisória ano que vem. E, sem dúvida nenhuma, pela sensibilidade política e humana do presidente Lula, ele quer garantir a luz para essas 60 milhões de pessoas que deixaram de pagar energia no Brasil até 80 kW e tiveram redução no preço da energia até 120 kW”, ressaltou.

CNPE e Gás do Povo em 15 dias

O próximo encontro do Conselho Nacional de Política Energético (CNPE) deverá se reunir nos próximos 15 dias e analisar o texto da nova medida provisória, com o pacote de governo e nome ainda a ser definido: Gás para Todos ou Gás do Povo.

O programa do auxílio-gás contempla hoje 5,6 milhões e com a expansão do programa o número de beneficiados deve ser ampliado para 11,4 milhões de famílias recebendo o botijão de gás.