PMO

ONS muda operação e vai ‘usar estoques’ dos reservatórios

Em um cenário de chuvas muito abaixo da média nos reservatórios das hidrelétricas do Norte, Nordeste e Sudeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai alterar a política de operação energética do Sudeste/Centro-Oeste para julho, quando contará com a adoção de defluência mínima na hidrelétrica Porto Primavera para preservação dos reservatórios da Bacia do Paraná. Além disso, o operador vai “usar os estoques” da cabeceira de Furnas e do Bacia do Parnaíba.

UHE Porto Primavera - Foto: Divulgação
UHE Porto Primavera - Foto: Divulgação

Em um cenário de chuvas muito abaixo da média nos reservatórios das hidrelétricas do Norte, Nordeste e Sudeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vai alterar a política de operação energética do Sudeste/Centro-Oeste para julho, quando contará com a adoção de defluência mínima na hidrelétrica Porto Primavera para preservação dos reservatórios da Bacia do Paraná. Além disso, o operador vai “usar os estoques” da cabeceira de Furnas e do Bacia do Parnaíba.

Mesmo assim, o ONS classificou a situação dos reservatórios do Sistema como “favorável” durante o primeiro dia do Programa Mensal da Operação (PMO) de julho, realizado nesta quinta-feira, 27 de junho.

De acordo com o Operador, o nível dos reservatórios está em posição favorável e não são previstos problemas para atendimento à ponta da carga, com expectativa de uso dos reservatórios no período seco.

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Estoques dos reservatórios

“Estamos mudando o ponto da operação do sistema. Vamos deplecionar esses reservatórios, agora é a hora de usar os estoques, mas estamos usando com parcimônia e, quando é necessário, estamos chamando térmicas. Quando não tem mérito, e mesmo assim precisou para atendimento a ponta, não há expectativa para despacho por razão energética, mas por razão elétrica para atendimento à ponta”, explicou o Operador.

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No Norte, a operação deve considerar a alocação de geração disponível e monitoramento das afluências, enquanto o submercado Sul contará com a geração maximizada em todos os patamares de carga quando possível. No Nordeste, a geração será dimensionada para maximizar a exportação de energia para o Sudeste.

Durante a apresentação do PMO, foi colocada como ponto de atenção a situação hidrometeorológica desfavorável nas bacias do Norte, Nordeste e Sudeste. Para junho, a expectativa de fechamento indica, em termos de Energia Natural Afluente (ENA), a menor para a bacia do rio Paranapanema, com 33% da Média de Longo Termo (MLT); a segunda menor para a bacia do rio Paraná (55% da MLT); a terceira menor para a bacia do rio Tocantins (53% da MLT); e a quarta menor para a bacia do rio Paranaíba (6% da MLT).

No Sistema Interligado Nacional (SIN), a expectativa é de fechamento de junho com a quinta menor ENA, a 69% da MLT.

Restrição de 2 GW para o Sudeste

Entre 28 de junho deste ano e 24 de janeiro de 2025, haverá restrição de 2 GW no recebimento de energia pela região Sudeste. A restrição programada reflete uma intervenção para troca de todos os equipamentos da compensação em série nas subestações Ivaiporã e Itaberá, do tronco de transmissão de 765 kV da interligação entre os subsistemas Sul e Sudeste com a hidrelétrica Itaipu.

Segundo o ONS, essa intervenção vem sendo muito negociada e acontece no momento correto, mesmo diminuindo a capacidade de receber energia da hidrelétrica Itaipu. Outras intervenções de longa duração estão sendo negociadas, o que exige uma sequência para que os efeitos sejam minimizados.

Os efeitos dessa restrição nos preços de energia já eram esperados no mercado, mas os volumes elevados poderão impactar no atendimento à ponta da carga.

Despacho térmico adicional

Nos dias 26 e 27 de junho, o Operador comunicou que foi programado despacho térmico adicional para atendimento de ponta de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), bem como foram aceitas ofertas de importação do Uruguai e redução da demanda.

Para a semana de 29 de junho a 5 de julho também há expectativa de despacho térmico adicional para atendimento da região de Manaus e ponta da carga do SIN.

Questionado sobre a possibilidade de recomendação ao Comitê do Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de eventual necessidade de despacho fora da ordem de mérito por garantia energética, para preservar os reservatórios ao longo do período seco, o Operador ressaltou que, no momento, não há problema energético, apenas para a ponta.