Hidrogênio

Mecanismo para precificar carbono na Europa vai remodelar fluxos comerciais, diz Woodmac

Precificação de carbono: O mecanismo para precificar as emissões dos produtos exportados para a União Europeia (UE) deve acelerar os esforços de descarbonização do mundo, ao mesmo tempo que aumenta os preços de produtos de diversos setores econômicos e remodela os fluxos comerciais.

Mecanismo para precificar carbono na Europa vai remodelar fluxos comerciais, diz Woodmac

O mecanismo para precificar as emissões dos produtos exportados para a União Europeia (UE) deve acelerar os esforços de descarbonização do mundo, ao mesmo tempo que aumenta os preços de produtos de diversos setores econômicos e remodela os fluxos comerciais. A avaliação é do relatório da Wood Mackenzie Horizons.  

Chamado de mecanismo de ajuste de fronteira de carbono (CBAM, em inglês), o imposto pretende igualar o preço do carbono de importações provenientes de fora do bloco ao preço pago caso fossem produzidos nacionalmente.  

“O CBAM impulsionará o mundo no caminho da descarbonização, com os efeitos a serem sentidos globalmente. As reações iniciais poderão resultar numa remodelação significativa dos fluxos comerciais, que poderá durar mais de uma década”, afirma Elena Belletti, chefe global de Pesquisa de Carbono da Wood Mackenzie.  

O mecanismo de ajuste entrará em vigor a partir de 2026, mas sua fase transitória começa em 1° de outubro deste ano e vai até o final de 2025. Nesta primeira etapa, as empresas terão que informar sobre as emissões embutidas em suas importações de cimento, aço, alumínio, fertilizantes, eletricidade, hidrogênio e ferro, mas sem efetuar qualquer pagamento ou ajuste financeiro previsto na taxação.  

No documento publicado pela Wood Mackenzie, os autores destacam que o CBAM aumentará a vantagem competitiva de produtos que emitem menos emissões de carbono em sua fabricação.  

Um dos setores que devem sentir maior impacto é o da siderurgia, responsável por emitir cerca de 6% de gases de efeito estufa. Conforme relatório, os principais mercados afetados devem ser da China e da Índia, que sentiram seus custos subirem, respectivamente, para 49% e 56%.  

Contudo, quem será beneficiado pela CBAM é o hidrogênio de baixo carbono, que pode ganhar um incentivo adicional para estimular a sua produção e de seus derivados em escala. 

“À medida que os custos do carbono aumentam, o hidrogênio cinza se tornará mais caro em termos de custo nivelado do hidrogênio (LCOH) do que as duas principais tecnologias de baixo carbono: o hidrogênio verde, produzido pela eletrólise da água, e o hidrogênio azul, produzido a partir do gás natural”, diz Iván Pérez, analista de pesquisa em Emissões da Wood Mackenzie, no relatório.  

E o petróleo? 

Embora o petróleo não entre inicialmente no CBAM, o documento espera que a produção e a refinação do combustível fóssil sejam incluídas a partir de 2028, beneficiando países que emitem menos carbono em seus processos.  

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