O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira, 22 de dezembro, a abertura do mercado livre de energia em 2024, prometendo debater o tema no próximo ano para resolver a discrepância de tarifas entre os ambientes de contratações livre e regulado.
“Nós temos uma tarefa e o Alexandre Silveira [ministro de Minas e Energia] sabe. A energia brasileira hoje tem uma coisa estupida. Nós temos a energia vendida no mercado livre, que é [comercializada] para empresários, sobretudo os grandes empresários. Vamos nos dedicar esse ano [de 2024] para tentar mudar isso”, disse Lula durante discurso no ExpoCatadores 2023.
Segundo o presidente, os empresários que migraram para o mercado livre pagam R$ 260/MWh, enquanto o “povo pobre” paga R$ 670/MWh e que, por isso, o governo precisa promover discussões que envolvam a sociedade brasileiro e o Congresso Nacional. Além disso, informou que uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) foi convocada por ele para discutir essa “nova fase” de pagamento de energia.
Na visão de Lula, o custo de energia no Brasil deve ser barata para gerar competitividade internacional, porém “ela não pode ser paga pelo povo”.
Essa é a segunda vez nesta semana que o presidente faz críticas à tarifa de energia do país. Durante cerimônia de entrega de 1 mil residências do programa Minha Casa Minha Vida, em Macapá, capital do estado, Lula destacou que o governo vai se debruçar no começo de 2024 para resolver os problemas do setor de energia.
As falas do presidente foram em concordância com o discurso do ministro Alexandre Silveira, que definiu a abertura do mercado como “injusta”.
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