A produção de bioeletricidade para a rede elétrica alcançou 25,5 mil GWh em 2022, ultrapassando a oferta das térmicas a gás, que atingiu 22,8 GWh no período, ficando na terceira posição da Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE). O levantamento é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), com base em dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Do volume produzido, cerca de 18,4 mil GWh foram derivados do bagaço da cana, 5 mil GWh do licor negro, mil GWh do biogás e outros 968 MWh de demais biomassas, representando 4,3% da geração total produzida no país, sem considerar a parcela da produção de bioeletricidade para o autoconsumo industrial.
Já a produção da fonte para a rede considerando o autoconsumo e o atendimento aos Sistemas Isolados representou 7,4% da OIEE no ano passado.
“Um ponto importante é que a geração para a rede, pela fonte biomassa, de forma não intermitente, acompanha principalmente o período de colheita da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país. Dessa forma, acaba coincidindo também com o período seco e crítico no setor elétrico brasileiro, que vai de maio a novembro a cada ano”, afirma o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza.
Segundo o relatório, apenas nos meses de maio e novembro de 2022, a bioeletricidade foi responsável por 82% da geração da rede. Entre os estados, 90,5% do total da geração esteve em São Paulo (42,6%), Mato Grosso do Sul (12,8%), Minas Gerais (11,8%), Paraná (11%), Goiás (10%) e Mato Grosso (2,2%).
Ainda de acordo com Souza, o volume produzido a partir da bioeletricidade colaborou para a redução das emissões de cerca de 4 milhões de toneladas de CO2, “marca que somente seria atingida com o cultivo de 27 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”.
Citando dados dos Estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2032 (PDE 2032), a Unica projeta que a geração de bioeletricidade para a rede deve alcançar 143 mil GWh em 2023.