O Mubadala Capital, controlador da Refinaria de Mataripe por meio da Acelen, e a Petrobras passaram para a fase de avaliação de negócios sobre eventual retorno da estatal à Refinaria de Mataripe, vendida pela Petrobras ao Mubadala em 2021. A parceria poderá abranger também as atividades de biorrefino planejadas pela Acelen em planta anexa à Refinaria de Mataripe, seguindo memorando de entendimento firmado em setembro de 2023.
Segundo comunicado da Petrobras, a avaliação de negócios inclui due diligence dos ativos e discussão sobre o modelo de negócio adequado para cada um. Também serão discutidos o escopo dos potenciais investimentos futuros e o desenvolvimento de novas tecnologias.
Ainda não há acordo vinculante assinado para a parceria, mas o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já declarou que espera retomar atividades em Mataripe ainda no primeiro semestre de 2024.
Em teleconferência com acionistas realizada em 8 de março sobre o resultado do quarto trimestre de 2023, a diretoria da Petrobras informou que as negociações sobre um possível retorno à refinaria ocorreram a convite da Acelen. Além disso, a diretoria afirmou que, se for concretizado, o negócio ocorreria sem endividamento por parte da Petrobras.
A Refinaria de Mataripe, situada no estado da Bahia, tem capacidade de processamento de 333 mil barris por dia, e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão.
Em dezembro de 2023, a Acelen anunciou o projeto de biorrefinaria com investimento de US$ 2,5 bilhões e capacidade projetada de produção de 20 mil barris por dia na fase inicial. A planta poderá produzir diesel renovável e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de óleo vegetal oriundo de culturas nativas, com operações nos estados da Bahia e Minas Gerais.
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