A Petrobras pretende implementar 5 GW em projetos de geração eólica e solar no Brasil até 2028. Segundo os cálculos da companhia, o montante deverá responder a 10% da capacidade brasileira nestas fontes até 2028. A informação consta na apresentação do evento “Deep dive Petrobras”, voltado para investidores e que ocorre nesta quarta-feira, 31 de janeiro, em Nova York.
Segundo o documento, a Petrobras pretende “equilibrar sua capacidade de geração térmica e renovável até o final do período 2024-2028”. A empresa vislumbra fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) e calcula que há oportunidades para parceria em 76,3 GW em projetos, sendo 43 GW em desenvolvimento, 43 GW em pré-construção e 15,4 GW em operação.
A Petrobras avalia ativos no Brasil e em desenvolvimento. Para a empresa, há grande número de projetos com benefícios regulatórios e subsídios, e que os recursos da petroleira podem colaborar com estas iniciativas. Outro fator importante na análise da Petrobras é a integração com futuros projetos de hidrogênio.
Segundo os cálculos da empresa, o potencial brasileiro para eólicas onshore está na casa dos 800 GW, além dos 27,1 GW já operacionais. O potencial seria maior do que para eólicas offshore, na casa dos 700 GW.
A estatal solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pedido para licenciamento ambiental para 23 GW em eólicas offshore.
O Brasil ainda não tem regulação para este tipo de geração. Tramita no Congresso o Projeto de Lei 11.247/2018, que originalmente criava um marco legal para a exploração de energia eólica offshore mas que recebeu diversas emendas e pode passar por revisões no Senado.
Apesar da elevada potência dos projetos com pedido de outorga junto ao Ibama, é pouco provável que todos se concretizem já que há sobreposições entre os próprios projetos de eólicas offshore, além de outros usos das áreas marítimas e das questões ambientais para licenciamento.