A Petrobras confirmou a desistência da venda de ativos de óleo e gás que estavam em negociação com compradores, ao mesmo tempo em que vai retomar as tratativas para venda de participações detidas em termelétricas a gás e óleo combustível. A decisão foi informada nesta segunda-feira, 4 de setembro, depois que a diretoria executiva da empresa concluiu a revisão da política de venda de ativos, conforme solicitado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em março deste ano. A revisão dos desinvestimentos foi confirmada pela empresa em abril.
Óleo e gás ficam
Após avaliações com base no Plano Estratégico aprovado pelo Conselho de Administração, a diretoria da Petrobras decidiu manter os ativos de exploração e produção de óleo e gás Polo Bahia Terra – pondo fim às negociações com PetroReconcavo e Eneva –, Polo Urucu (AM) – que chegou a entrar em negociação com a Eneva, mas as conversas foram encerradas em janeiro –, Campo de Manati, na Bacia de Camamu (BA), e a subsidiária argentina Petrobras Operaciones S.A.
Segundo a empresa, a decisão foi tomada com base na “aderência estratégica ao portfólio” e no “perfil de rentabilidade” destes ativos. A Petrobras também informou que a permanência de outros ativos será reavaliada periodicamente a partir de parâmetros como rentabilidade, aderência estratégica, oportunidade de descarbonização e estágio da vida produtiva.
Termelétricas vão
Na geração térmica, a Petrobras afirmou que dará prosseguimento à venda de sua participação de 20% na sociedade Brasympe, proprietária da unidade termoelétrica (UTE) Termocabo, movida a óleo combustível; à participação de 20% na UTE Suape II, também movida a óleo combustível; e à participação de 18,8% na usina térmica movida a gás natural Araucária.
Segundo comunicado da empresa, as decisões foram tomadas com base em um “processo de gestão ativa do portfólio da Petrobras, por meio do qual os diversos ativos são constantemente avaliados em linha com os direcionadores estratégicos mais atuais da companhia”.
Foram avaliados os ativos que ainda não tinham contrato assinado. Os acordos já fechados foram mantidos.
No caso de Araucária, a paranaense Copel, dona de 81,2% da termelétrica, aproveitou a confirmação da Petrobras para retomar as tratativas e relançar o teaser de venda da usina, que tem 484 MW de potência, está localizada próxima do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), mas não tem contrato vigente de venda de energia.
Silveira defende recompra da refinaria RLAM
Apesar de a decisão da Petrobras não envolver contratos já assinados, conforme também foi solicitado pelo MME em ofício, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem defendido a recompra da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. A refinaria foi vendida em 2021.
“Entendemos que a Petrobras deve avaliar recomprar a RLAM. É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobras e nunca deveria ter sido vendido”, declarou Silveira em comunicado do MME divulgado neste domingo, 3 de setembro.