A Copel pretende focar seus esforços em novas aquisições no setor de distribuição e no leilão de reserva de capacidade, previsto para ocorrer em 2024. A informação foi apresentada por Cássio Santana da Silva, diretor de Desenvolvimento de Negócios, no Copel Day, evento promovido nesta quarta-feira, 22 de novembro.
Leilão
Segundo o executivo, o leilão de reserva de capacidade é uma oportunidade para a companhia que está se “avizinhando e ocupando um espaço na sua agenda” estratégica para a hidrelétrica Foz do Areia (1.676 MW), sendo o “ativo mais competitivo” para participação no certame.
Com a possibilidade do leilão, a companhia projeta uma ampliação de duas unidades geradoras da usina – adicionado cerca 872 MW a planta. Além disso, há planos para a UHE Segredo (1.260 MW), que precisaria de alguns ajustes para entrar em certames futuros e expandir sua capacidade em torno de 900 MW.
Os projetos fazem parte do pacote de renovação de concessões da companhia, estimado para ocorrer no próximo ano, somando R$ 3,7 bilhões em bônus de outorga pagos por ela à União.
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Distribuição
Em relação a alocação de capital, a Copel deve priorizar os ativos de distribuição, dada a sua base de consumidores e o crescimento econômico e a tarifa do estado. A empresa também tem olhado para novas aquisições no setor.
“Também olhamos oportunidade de novas concessões, mas não estamos olhando para oportunidade de prateleira, que a gente acha todo dia, e sim para oportunidades inorgânicas,” disse Cássio Santana Silva.
Com previsão de investir R$ 2,43 bilhões em 2024, a empresa destinará 85,9% do valor na distribuição, cerca de R$ 2,09 bilhões.
Transmissão
Já para o segmento de transmissão, a Copel prevê investir R$ 200 milhões em melhorias e reforços nos próximos três anos. Segundo Moacir Carlos Bertol, diretor-geral de Comercialização, cerca de R$ 1,5 bilhão em investimento, mediante novas autorizações, devem ser realizados nos próximos dez anos.
A Copel também descartou participação no leilão de transmissão marcado para dezembro de 2023, dada a sua especificidade tecnológica, e informou que está estudando participação em certames do segmento em 2024.
“Entre priorizar distribuição e transmissão, podemos afirmar que nossa prioridade é distribuição. Não participaremos do leilão de 2023, mas estamos avaliando lotes potenciais sinérgicos para 2024, temos estudos em curso e nas próximas semanas vamos definir se participamos”, afirmou Cássio Santana da Silva.
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Comercialização
Olhando para a abertura do mercado livre de energia para consumidores do grupo A em 2024, a Copel tem investindo em tecnologia e na digitalização e pretende ser “um atacante” dentro do setor, segundo Silva.
Desinvestimento
Além do processo de desinvestimento da UEG Araucária (UEGA), termelétrica a gás natural de ciclo combinado com capacidade instalada de 484 MW, e da Compagas, a Copel prevê alienação de CGHs e PCHs com até 10 MW de potência instalada e a devolução da concessão da UTE Figueira, que teve o pedido protocolado no Ministério de Minas e Energia (MME) em 30 de outubro deste ano.
Redução de custos
A Copel também prevê uma redução de custos, englobando pessoal, materiais, serviços e outros (PMSO), entre R$ 460 milhões e R$ 480 milhões de 2024 a 2026.
Dessa forma, o corte deve resultar em uma alta entre 17% e 18% do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), chegando aos R$ 510 milhões ou R$ 550 milhões.