Aurélien Maudonnet escreve: Eficiência energética, nossa aliada rumo à descarbonização

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Publicado

22/Mar/2024 17:52 BRT

 

Por: Aurélien Maudonnet*

Na jornada pela descarbonização do planeta, as fontes de energia renováveis vão aos poucos tomando a liderança. Com dias que parecem estar contados, os combustíveis fósseis vêm perdendo sua predominância na matriz energética global. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) vislumbra que em 2025, as fontes renováveis já se tornem as maiores fontes de geração de energia no planeta. As fontes eólicas e fotovoltaicas por sua vez devem superar as hidrelétricas já neste ano, conforme demonstra a publicação “Renewables 2023 - Analysis and Forecast to 2028” da IEA. O panorama desenhado para o Brasil, principal gerador de energia renovável na América Latina, não é diferente, com as fontes solares na dianteira, seguidas por eólicas.

Mas nem só de transição energética se faz o caminho para a descarbonização. A gradual substituição das fontes fósseis de energia pelas fontes renováveis deve contar com dois aliados fundamentais. Para além da substituição de fontes de energia fósseis por renováveis, hábitos de consumo e eficiência energética vão influenciar – e muito – nessa jornada.

No cenário elaborado pela IEA, neste processo para descarbonizar o setor de energia (que atualmente responde por mais de 80% das emissões de CO2 do planeta), um terço da redução das emissões necessárias nas próximas décadas virá de uma mudança para hábitos de consumo de energia mais eficientes (em particular através do monitoramento do consumo).

Embora decisões governamentais e políticas públicas tenham papel norteador e fundamental nesse contexto, a jornada para a descarbonização envolve, sobretudo, decisões pessoais que vão impulsionar essas mudanças de hábitos, comportamentos, atitudes.

E qual a nossa contribuição individual neste sentido? Como posso começar a partir dos procedimentos atualmente que são adotados na minha empresa? E posso ir ainda mais longe? É possível contagiar e envolver meus colaboradores nessa causa? Essa demanda por energias mais limpas e consumo mais eficiente pode ser atendida? É possível otimizar os gastos necessários para manter a roda da economia girando?

Precisamos pensar a transição Energética de forma estratégica e planejada, superando as contradições, e abrindo um novo clico de prosperidade baseado em negócios sustentáveis. Para colocar em prática uma visão global, que beneficie o planeta, temos que começar com ações locais. E, como nós, em nossa casa, em nossa empresa, podemos contribuir individualmente para avançarmos nesta jornada? Se não como consumidor individual, mas ao menos em uma escala um pouco mais ampla, ao alcance de decisões empresariais. A resposta está na busca pela Eficiência Energética.

Em ambientes industriais, de produção de bens ou serviços, os fluxos de utilidades, como energia, água, gás - geralmente tratados como “invisíveis”, são fundamentais no contexto das emissões de gases do efeito estufa e seus impactos nas mudanças climáticas. Para empresas, as despesas com o consumo desses fluxos representam o segundo item de despesas, após a folha de pagamento. Mas, com medidas apropriadas de gestão e monitoramento por soluções como uma plataforma digital e integrada, torna-se possível monitorar e otimizar o consumo desses fluxos, reduzindo não só as despesas, mas também, consequentemente, a emissão de gases do efeito estufa.

Buscar soluções de eficiência energética que aliem práticas mais sustentáveis de produção à economia de custos empresariais fecha o ciclo virtuoso da sustentabilidade, incluindo a transição energética, em que a ampliação e consolidação do uso de fontes renováveis é fundamental.

*Aurélien Maudonnet é presidente executivo (CEO) da Helexia Brasil

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