Planejamento

Geradoras não tiveram desempenho esperado de controle de tensão, aponta análise preliminar do apagão

As avaliações sobre o desligamento da linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf, indicam que as fontes de geração próximas à linha não apresentaram o desempenho esperado quanto ao controle de tensão. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema identificado não tem relação direta com o tipo de fonte geradora.

Geradoras não tiveram desempenho esperado de controle de tensão, aponta análise preliminar do apagão

As avaliações sobre o desligamento da linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, de propriedade da Chesf, indicam que as fontes de geração próximas à linha não apresentaram o desempenho esperado quanto ao controle de tensão. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema identificado não tem relação direta com o tipo de fonte geradora.

A linha de investigação mais consistente, segundo o ONS, aponta esse desempenho abaixo do esperado como um segundo evento que desencadeou todo o processo de desligamentos que aconteceram em seguida, e que resultou na interrupção de mais de 22 mil MW de energia em 25 estados do país e no Distrito Federal no dia 15 de agosto.

A avaliação foi apresentada na primeira reunião para a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que aconteceu nesta sexta-feira, 25 de agosto. O ONS apresentou análises preliminares aos agentes participantes do encontro, que contou com a participação de mais de mil profissionais em evento online.

No entanto, nas simulações realizadas pelo Operador com os parâmetros enviados pelos agentes na entrada em operação das usinas geradoras, os quais compõe a base de dados oficial do ONS, não foi possível reproduzir a perturbação ocorrida no dia 15 de agosto.

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O Operador aponta que em todos os testes realizados com esses dados não foi observada redução de tensão que viole os procedimentos de rede, como a que ocorreu após o desligamento da LT 500 kV Quixadá – Fortaleza II. Na simulação com esses dados houve injeção de reativos pelos geradores próximos a linha de transmissão, estabilizando a tensão.

“Somente com as informações recebidas dos agentes após a ocorrência, foi possível reproduzir, no ambiente de simulação, a perturbação do dia 15 de agosto. A partir dessas novas informações, o ONS realizou uma análise minuciosa da sequência de eventos e testou múltiplos cenários, que apresentaram sinais de que o desempenho dos equipamentos informado pelos agentes ao ONS antes da ocorrência é diferente do desempenho apresentado em campo”, disse o ONS em nota.

O ONS ainda reforçou que dada a complexidade do evento, permanece aprofundando as análises. A próxima reunião do RAP está agendada para o dia 1º de setembro. Na ocasião, a pauta estará focada na atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac).

Operação do sistema

Desde o evento, o Sistema Interligado Nacional (SIN) está sendo operado em condições mais conservadoras para garantir a segurança do atendimento, com a redução no carregamento das linhas de transmissão e a postergação de manutenções programadas. 

A malha de 500 kV do Norte e Nordeste e os limites de transmissão de todas as linhas da rede Norte / Nordeste / Centro-Oeste serão reduzidos em setembro, segundo informado durante a Programação Mensal da Operação (PMO) de setembro, promovida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) nesta quinta-feira, 24 de agosto.

Como resultado, os limites para setembro serão até 62,5% mais baixos do que aqueles previstos para outubro – caso do fluxo do Norte para Xingu, que tem limite de 1.500 MW em setembro e de 4.000 MW para outubro.

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