O governo anunciou a retomada das obras do Linhão de Tucuruí, que conectará o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Entre os presentes no evento realizado ontem, 19 de outubro, realizado na sede do governo de Roraima, estava o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
“[O linhão] vai gerar quatro mil empregos diretos, nove mil indiretos e mais de R$ 3 bilhões de investimentos”, afirmou Sachsida.
A linha de transmissão Manaus-Boa Vista foi licitada em 2011 e vencida pela Transnorte Energia (TNE), que tem como sócios Alupar, com 51%, e Eletronorte, com 49%. O empreendimento deveria ter entrado em operação em 2015, mas sofreu problemas no licenciamento ambiental, incluindo diversas ações civis públicas.
Em setembro de 2022, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) homologou um acordo judicial que encerrou as ações, permitindo o retorno das obras da linha de transmissão Manaus-Boa Vista. No mesmo mês, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reconheceu o Linhão de Tucuruí como sendo de interesse estratégico para o Brasil.
Segundo o governo, nos próximos 36 meses, serão construídos cerca de 715 quilômetros de extensão, sendo 425 quilômetros no estado de Roraima e 290 km quilômetros no Amazonas, os outros 122 quilômetros desse total passarão pela Terra Indígena Waimiri Atroati, margeando a BR-174, rodovia federal que liga as duas capitais.
O Ministério de Minas e Energia (MME) prevê que após a instalação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista ajudará na queda de valores e custos de energia para os consumidores de todo País, além de uma redução do uso de combustíveis fósseis e ampliação na segurança do atendimento da capital Boa Vista.
Mesmo com a liberação das obras, ainda falta resolver a questão da tarifa de transmissão, já que a TNE afirma que é necessário o reequilíbrio econômico-financeiro da concessão. Segundo a empresa, a tarifa fixada no leilão se mostrou incompatível com os investimentos necessários na obra. Em março deste ano, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou um recurso administrativo interposto pela TNE para o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. A MegaWhat apurou que o pleito da concessionária vai ser objeto de uma nova arbitragem com a Aneel, na tentativa de um acordo que permita o avanço do projeto.