Os acionistas da Petrobras elegeram, em assembleia geral extraordinária nesta sexta-feira, 19 de agosto, oito de 11 nomes para o conselho de administração da petroleira, incluindo Ricardo Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional, e Jônathas de Castro, secretário-executivo da Casa Civil, cujas indicações haviam sido rejeitadas pelo comitê de elegibilidade da Petrobras (Celeg) devido a conflitos de interesses.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que pretende acionar a Justiça contra o resultado da assembleia, que elegeu ainda outros seis nomes. “Vamos entrar com ação na Justiça Federal, na segunda-feira, 22, para anular a assembleia. Além disso, voltaremos com nova representação na Comissão de Valores Mobiliários [CVM]”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
“A alternativa será a judicialização do resultado da AGE. Insistiremos na reprovação e anulação da assembleia. A nomeação de pessoas passíveis de conflitos de interesses e sem a necessária formação e experiência no setor de petróleo e gás é inadmissível, pois, além de ferir a lei, ficam mais sujeitas a desmandos do acionista majoritário, podendo trazer prejuízos para empresa a partir de medidas danosas e muitas vezes eleitoreiras. É um precedente que não podemos deixar acontecer”, ressaltou o presidente da Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro), Mário Dal Zot.
Na assembleia também foram eleitos Gileno Gurjão Barreto (também eleito para a presidência do conselho), Caio Paes de Andrade (presidente da estatal), Edison Antonio Costa Britto Garcia, Iêda Aparecida de Moura Cagni, José João Abdalla Filho e Marcelo Gasparino.
Completam o conselho os advogados representantes dos acionistas minoritários Francisco Petros e Marcelo Mesquita e a representante dos empregados, a geofísica Rosângela Buzanelli.
*Texto atualizado às 18h53 para inclusão de informações.