Gás natural

Primeiro leilão de gás até o final de 2025 é meta ‘ousada’, diz diretor da PPSA

Leilão para 78 milhões barris de petróleo da União está agendado para 25 de junho

Instalação de gás natural.
Instalações de gás natural. Primeiro leilão de gás natural da União, pela PPSA, deve ocorrer em 2025 | Crédito: Tauan Alencar/MME

A realização do primeiro leilão de gás da União deve ocorrer no último trimestre de 2025, segundo o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da Pré-Sal Petróleo (PPSA), Samir Awad, e o superintendente de Comercialização da empresa, Guilherme França, durante o Fórum Técnico PPSA, nesta quinta-feira, 5 de dezembro.

A possibilidade de a PPSA oferecer o gás da União após o processamento se tornou viável em agosto, após resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que concedeu à estatal acesso às infraestruturas de processamento e escoamento de gás. Sem estes acessos, a PPSA só pode vender o gás “na boca do poço” para outras operadoras, o que reduz a possibilidade de compradores e tem preços menos interessantes para a estatal.

Apesar do aval para acessar as infraestruturas, o processo até que isto se concretize é complexo, disseram os executivos. “Nós temos que negociar o acesso aos sistemas de processamento e escoamento, e essa negociação está apenas começando”, disse Awad.

Em nota, Guilherme França declarou que é possível que, neste primeiro leilão, o processamento não seja feito diretamente pela PPSA. “São contratos complexos e estamos avaliando inclusive, a possibilidade de assinar o contrato e fazer uma cessão de direitos no processamento. O que for mais atrativo para a União”, explicou.

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Segundo Awad, o prazo de dezembro é um acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME). “O compromisso que nós temos com o ministro [de Minas e Energia, Alexandre Silveira] é de até o final do ano que vem realizar o primeiro leilão de gás. É um objetivo, assim, ousado”, reconhece.

A estimativa é que a União disponha de até 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural para ofertar ao mercado até 2027. Estas estimativas não consideram o fator de rendimento das UPGNs, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos. A produção é relativa aos contratos de partilha de Búzios, Sapinhoá, Sépia e Atapu, além da participação da União com área não contratada nos acordos de individualização da produção de Tupi e Atapu.

“A produção de gás é pequena. Estamos falando de 200 mil m³, 300 mil m³ por dia durante o ano que vem. No ano de 26, essa produção pode chegar a um milhão de m³ por dia, mas ainda assim, é um valor pequeno. A questão é o compromisso no Gás para Empregar de a gente promover um leilão e com isso ter um preço de mercado”, disse Awad.

Mesmo assim, ele reconhece que não será uma “receita extraordinária”, já que o gás natural não tem o mesmo valor de mercado que o petróleo. “Mas o importante é materializar esse primeiro passo. E aí passaremos a ter leilões, não com tanta frequência de petróleo”, adiantou.

A duração dos contratos neste primeiro leilão não está definida, podendo ser entre um e três anos. “Tudo isso é um exercício. O que existe de concreto é o compromisso de tentar de tudo para que a gente faça esse primeiro leilão”, disse Awad.

A PPSA avalia que a produção de gás natural da União poderá aumentar dos atuais 255 mil m³ por dia para 3,3 milhões de m³ por dia em 2031. Assim, de 2025 a 2034, os contratos do pré-sal terão uma produção acumulada de 48,5 bilhões de m³ de gás natural. Desse total, a parcela acumulada da União será de 7,7 bilhões de m³.

Leilão de 78 milhões de barris da União em junho de 2025

A PPSA vai leiloar 78 milhões barris de petróleo da União em novo leilão agendado para 25 de junho na B3, em São Paulo. Este será o quinto leilão de petróleo da União e irá oferecer ao mercado a produção da União nos campos de Mero, Búzios, Sépia, Itapu e Norte de Carcará. A publicação do edital deve ocorrer em março de 2025.

As informações serão anunciadas nesta quinta-feira, 5 de dezembro, mas foram adiantadas à imprensa.

No último leilão, realizado em julho de 2024, a PPSA ofereceu 37 milhões de barris e arrecadou R$ 17 bilhões. Apesar do expressivo aumento de 110% no volume oferecido no próximo leilão, são esperados valores mais baixos do brent de petróleo.

O maior volume de cargas virá do campo Mero: 51,5 milhões de barris a serem comercializados em 12 meses. O segundo maior lote é o de Norte de Carcará, que tem início de produção previsto para 2025 e que terá 12 milhões de barris da União oferecidos no prazo de 18 meses. Os lotes Itapu (6,5 milhões) e de Sépia (4,5 milhões) também serão de 18 meses e de Búzios (3,5 milhões), de 12 meses.

Os volumes são estimativas atuais da parcela de petróleo da União em 2025 e 2026 nestes campos, e poderão ser revistos até a publicação do edital para uma projeção mais refinada. Ao arrematar um lote, o comprador terá disponível todas as cargas nomeadas a partir de julho de 2025 ou janeiro de 2026, conforme o contrato, ainda que o montante total seja maior ou menor ao volume estipulado no edital.