O retorno da quarta, e última torre, derrubada do Sistema Interligado Nacional (SIN), em Vilhena, Rondônia, está previsto para esta quinta-feira, 19 de janeiro, enquanto o governo, junto às instituições policiais estaduais e federais, apuram se houve ato de vandalismo no último fim de semana (14/01). As demais torres derrubadas – e sob investigação –, duas em Rondônia e outra no Paraná, retornaram à operação entre os dias 11 e 13 de janeiro.
Desde a invasão aos Três Poderes, no domingo de 8 de janeiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou sete ocorrências – duas em Rondônia, duas no Paraná, e duas em São Paulo – que resultaram na queda das quatro instalações, perfazendo um total de 12 torres danificadas.
Para Mario Miranda, presidente da Associação Brasileira das Transmissoras de Energia Elétrica (Abrate), se a causa era afetar o fornecimento de energia no país, as tentativas foram frustradas por um sistema de grande confiabilidade e capacidade de redundância no setor.
“As grandes metrópoles têm grande confiabilidade, com grande redundância e precisaríamos perder muitos circuitos para criar algum mal. Não serão algumas torres que que criarão esse mal para nós, porque temos instaladas no Brasil mais de 500 mil torres, derrubaram algumas, e nós temos capacidade de recuperação”, disse o presidente da Abrate durante entrevista ao programa antessala, da Agência EPBR.
Essa confiabilidade, segundo Miranda, está prevista no planejamento da transmissão do país, com mais de 150 mil quilômetros de linhas, bem como de sua expansão, quando já é prevista uma flexibilidade operativa em caso de ‘perda’ de uma linha, para que outra imediatamente assuma aquela carga.
O presidente da Abrate ainda considerou que a tentativa de danificar uma instalação de transmissão “é um ato insano’, de alto risco para a vida humana, e que deve ter sido causado por pessoas com conhecimento no segmento.
“São atos de pessoas conhecedoras do evento, porque estamos falando de tensionamento, estais de torres da ordem de mil, dois mil, três mil quilos, e não se faz isso com ferramenta simples, e sim com algum conhecimento de fato”, complementou.
No entanto, no que cabe às transmissoras, o assunto está sendo tratado como atos de vandalismo e sabotagem. Quanto à motivação, no entanto, as transmissoras deixam a questão com as polícias estaduais, enquanto fazem o repasse das informações ao gabinete de crise instituído pelo governo, e com as medidas operativas do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Para evitar que atos como os registrados neste mês continuem em escalada, a associação enviou carta ao gabinete da Casa Civil com a proposta de um programa perene de inteligência para monitoramento da transmissão.
Mario Miranda também falou sobre a atuação do setor, que considerou como “tempestiva e promissora”, envolvendo o Ministério de Minas e Energia (MME) e Aneel, com a implementação de um gabinete de crise, além da articulação da Casa Civil e ONS.