Micro e minigeração distribuída

GD solar deve ter ano de expansão em cenário de altas tarifárias e regulação de baterias

A geração distribuída (GD) pode apresentar uma expansão significativa no Brasil em 2024, impulsionada pelos debates políticos, regulatórios e econômicos. Entre as discussões, Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), destaca o aumento das tarifas, previstos principalmente para região Norte, e a regulamentação do uso de baterias para armazenamento de energia.

GD solar deve ter ano de expansão em cenário de altas tarifárias e regulação de baterias

A geração distribuída (GD) pode apresentar uma expansão significativa no Brasil em 2024, impulsionada pelos debates políticos, regulatórios e econômicos. Entre as discussões, Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), destaca o aumento das tarifas, previstos principalmente para região Norte, e a regulamentação do uso de baterias para armazenamento de energia.

“Nós temos [em 2024] um fator de pressão que pode ajudar a geração distribuída que são os aumentos tarifários. Infelizmente, o Brasil tem contratado um crescimento de tarifa muito elevado e esse aumento de tarifa pode se tornar mais um fator que leva os consumidores a buscar soluções, dentre elas a geração distribuída”, afirmou o executivo durante a terceira edição do Encontro Nacional Absolar, evento promovido nesta terça-feira, 5 de dezembro

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No evento, Sauaia também elencou outros fatores econômicos que podem contribuir para expansão da GD no Brasil, incluindo a possibilidade de queda gradual da taxa básica de juros; a aprovação ou não da reforma tributária; a redução de custo de capital, com o barateamento da tecnologia; e a expectativa de ampliação do acesso ao crédito, por meio do aumento de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Outro ponto de destaque para o setor de GD no próximo ano, segundo o presidente da Absolar, é a regulamentação para uso de baterias, atualmente em discussão pela Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel). Para o executivo, o tema precisa ser regulamentado com “agilidade” para atrair investimentos e gerar empregos.

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Desafios 

Sauaia ainda afirmou que algumas questões podem acarretar desafios para expansão do setor, como a necessidade de profissionais capacitados e qualificado; disponibilidade de fornecedores; e a dinâmica dos preços de energia com a abertura do mercado livre de energia, a partir de janeiro de 2024.

“Os tipos de projetos que vão atender esses clientes [do mercado livre de energia] poderão se tornar diferentes. Antes, o pessoal tinha GD compartilhada para baratear suas contas e agora pode ter a opção de comprar projetos maiores ou fazer sua autoprodução. Isso vai mudar esse perfil e o Brasil tem que se adaptar”, destacou o presidente da Absolar.

Solar em 2024 

Conforme dados da Absolar, serão adicionados mais de 9,3 GW de potência instalada em 2024, distribuídos entre 5,9 GW em GD e 3,4 GW em geração centralizada, chegando a um total acumulado de mais de 45,5 GW. O total representa um crescimento de mais de 26% sobre a potência solar atual do país, de 36,1 GW.

As projeções da associação ainda sugerem que, em 2024, o setor fotovoltaico brasileiro contará com cerca de R$ 38,9 bilhões em novos investimentos, gerando em torno de 281,6 mil empregos, espalhados por todas as regiões do Brasil, além de proporcionar uma arrecadação extra de mais de R$ 11,7 bilhões aos cofres públicos.