Política Energética

Reforma do mercado de energia é principal ponto de atenção sobre novo governo

Encerrada a eleição, com a definição de um novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva com início em 2023, dois dos principais pontos de atenção no setor elétrico são a reforma e a abertura do mercado de energia, temas incluídos no Projeto de Lei 414/2021, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados. Texto que já tem consenso no mercado de energia, o PL 414 sofreu o primeiro revés no início deste mês, quando

Imagens aéreas do Complexo Eólico Morrinhos da Atlantic Energias Renováveis. Data: 15/07/2015. Local: Morrinhos/BA. Foto: Rafael Gardini/Sergio Andrade/A2img.
Imagens aéreas do Complexo Eólico Morrinhos da Atlantic Energias Renováveis. Data: 15/07/2015. Local: Morrinhos/BA. Foto: Rafael Gardini/Sergio Andrade/A2img.

Encerrada a eleição, com a definição de um novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva com início em 2023, dois dos principais pontos de atenção no setor elétrico são a reforma e a abertura do mercado de energia, temas incluídos no Projeto de Lei 414/2021, ainda em tramitação na Câmara dos Deputados.

Texto que já tem consenso no mercado de energia, o PL 414 sofreu o primeiro revés no início deste mês, quando menos da metade da comissão especial que discute o assunto na Câmara foi reeleita para um novo mandato. A dúvida agora é sobre o ritmo da reforma e da abertura do mercado e se elas serão feitas por meio do PL 414 ou outro projeto de lei.

Para uma fonte do setor, porém, se o mercado estiver alinhado, existe a possibilidade de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocar o PL 414/2021 em votação.


Vale lembrar que o “Novo Modelo do Setor Elétrico”, marco regulatório para o setor instituído no primeiro governo Lula, foi implementado por meio de uma medida provisória.

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Alguns sinais do que se pode esperar foram dados por Maurício Tolmasquim, professor titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e um dos principais nomes que contribuíram para o programa de energia da nova candidatura de Lula.

Tolmasquim disse ser favorável à abertura do mercado, de forma gradual e sem impactos negativos para o setor, apoiou o leilão de cessão de áreas para eólicas offshore e destacou a necessidade de recuperar a governança do setor elétrico.

Eólicas offshore

Assim como no caso da reforma do mercado de energia, ainda não se sabe como será a postura do novo governo com relação às eólicas offshore. Um aspecto teoricamente negativo é que o novo governo pode demandar mais tempo para analisar o tema. Por outro lado, em seus dois primeiros mandatos, Lula dedicou atenção especial às renováveis, com a realização, por exemplo, do primeiro leilão para contratação de eólicas onshore, em 2009.

Do ponto de vista regulatório, o Credit Suisse não espera impactos significativos para as empresas do setor. Em relatório assinado por Carolina Carneiro e Rafael Nagano e distribuído a clientes, o banco ressaltou que muitas empresas possuem contratos de concessão assinados.

O banco ressaltou ainda que a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi recentemente eleita. Dessa forma, muitas tendências do arcabouço regulatório em andamento não devem ser alteradas. Entre essas tendências está a renovação dos contratos de concessão de distribuidoras, prevista para começar pela EDP Espírito Santo, em 2025.

Contratos com vencimento nos próximos dez anos

Distribuidora

Estado

Prazo

EDP ES

ES

jul/25

Light

RJ

jun/26

Enel RJ

RJ

dez/26

Coelba

BA

ago/27

RGE

RS

nov/27

RGE Sul

RS

nov/27

CPFL

SP

nov/27

Energisa MT

MT

dez/27

Energisa MS

MS

dez/27

Cosern

RN

dez/27

Energipe

SE

dez/27

Enel CE

CE

mai/28

Enel SP

SP

jun/28

Equatorial Pará

PA

jul/28

Elektro

SP/MS

ago/28

CPFL Piratininga

SP

out/28

EDP SP

SP

out/28

Celpe

PE

mar/30

Equatorial Maranhão

MA

ago/30

Energisa PB

PB

mar/31

Fonte: Fábio Amorim, com dados da Aneel

Eletrobras

Com relação à Eletrobras, o banco suíço não acredita em uma eventual reestatização da empresa, por causa da necessidade que haveria de aprovação no Congresso e da cláusula que prevê o pagamento de um prêmio para os acionistas nesse cenário.

Sobre o novo plano de demissão voluntária da companhia, que será lançado nesta terça-feira, o Credit Suisse afirmou que a medida ocorre antes e em maior grau do que o previsto pela casa de análise. O banco não considerava a possibilidade de demissões ainda em 2022.

Texto atualizado às 11h20 para inclusão de informações.

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