A Siemens Energy definiu um plano estratégico para recuperar a sua unidade de turbinas eólicas e projeta um ponto de equilíbrio até o ano fiscal de 2026. No momento, o setor é a maior prioridade da companhia, que conseguiu recursos do governo alemão e pretende cortar custos para atingir a estabilidade, segundo Christian Bruch, CEO da companhia.
“[Temos] um plano de ação claramente definido, baseado na simplificação do portfólio de produtos, na otimização das operações e no fortalecimento de processos e controle. O negócio eólico será corrigido e atingirá o ponto de equilíbrio em 2026. A recuperação da Siemens Gamesa continua sendo nossa maior prioridade”, disse o executivo.
Com problemas financeiros que decorrem de recentes avarias nas turbinas de sua subsidiária Siemens Gamesa, o grupo projeta um prejuízo de 4,5 bilhões em 2023 e espera ‘desacelerar’ sua produção. Para se reequilibrar, a companhia informou em outubro que estava negociando a captação de recursos com o governo alemão e parceiros bancários.
>> Entenda as avarias nas turbinas eólicas da Siemens Energy.
Em novembro, o Ministério Federal dos Assuntos Econômicos e da Proteção do Clima da Alemanha anunciou que iria conceder 7,5 bilhões de euros em garantias para a companhia. Segundo o governo alemão, a quantia faz parte de um pacote de garantias de 15 bilhões de euros que serão fornecidos por bancos privados e outras partes interessadas para recuperar a companhia, que é vista como importante para a transição energética do país.
Durante o Capital Market Day, evento realizado nesta semana, a Siemens Energy anunciou o corte de custos em torno de 400 milhões de euros para lidar com o período “difícil” do negócio de turbinas eólicas e aumentar sua lucratividade.
Além disso, Bruch destacou uma terceirização da produção de componentes importantes de suas turbinas, estreitando seu foco internacional e revisando termos contratuais desfavoráveis com os clientes.
A CFO da Siemens Energy, Maria Ferraro, enfatizou, por sua vez, a alocação prudente de recursos com investimentos voltados para o seu crescimento ou para atender as necessidades do cliente. Fora da Alemanha, a Siemens Gamesa está aumentando a capacidade de produção nas fábricas existentes para atender algumas demandas.
Mesmo com cenário eólico, o CEO da companhia destacou que os resultados financeiros estão consistentes em outras unidades do grupo, que somaram 112 bilhões de euros em pedidos.
As áreas de negócio Gas Services, Grid Technologies e Transformation of Industry, que representam 70% da receita da Siemens Energy, estariam “no caminho certo” para atingir suas metas fiscais no médio prazo.
“A procura deve duplicar entre 2022 e 2050. Até 2050, haverá seis vezes mais capacidade global instalada na rede a partir de fontes renováveis. O mercado está vendo a tração de programas governamentais de investimento na descarbonização e dos quadros regulamentares de apoio. Isto, juntamente com a chegada de metas de descarbonização em mercados novos e emergentes, deve impulsionar as perspetivas da Siemens Energy”, afirma a empresa.