O Ministério de Minas e Energia (MME) vai propor ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda em junho o aumento na mistura de etanol à gasolina, passando dos atuais 27% para 30% (E30). “Na prática, nós vamos praticamente deixar de ser importador de gasolina”, disse o ministro Alexandre Silveira nesta segunda-feira, 16 de junho.
O aumento na mistura foi possibilitado pela lei do Combustível do Futuro (lei nº 14.993/2024), que flexibilizou os limites da mistura entre 22% e 35%. Em março deste ano, Silveira declarou que aguardaria os preços dos alimentos estarem mais controlados para propor o aumento da mistura de etanol na gasolina.
Para a consultoria Argus, a fala do ministro tem fundamento. “No entanto, a medida não deve zerar as importações de gasolina, mas pode fazer com que o Brasil se torne exportador líquido de gasolina, ou seja, exportaria mais do que importa. Em termos estruturais, o Brasil passaria a ser autossuficiente no suprimento de gasolina no mercado interno”, avalia o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Argus, Amance Boutin.
Alexandre Silveira participou do seminário “Gás para Empregar: Construindo uma estrutura justa e sustentável de preços”, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Leilão de gás da PPSA pode ficar para 2026
No evento, Silveira também admitiu a possibilidade de que o leilão de gás da União, por meio da Pré-Sal Petróleo (PPSA), seja adiado para 2026. A venda de gás pela estatal foi possibilitada após resolução do CNPE que concedeu à estatal acesso às infraestruturas de processamento e escoamento de gás. Inicialmente, a proposta do Executivo é que o primeiro leilão ocorresse ainda em 2025, o que foi visto desde o começo pela PPSA como uma meta “ousada”.
Silveira avalia que o gás da PPSA poderá chegar ao mercado entre US$ 7 e US$ 8 por milhão de BTU, enquanto o preço médio da molécula no país seria de US$ 14 por milhão de BTU.