Economia e Política

Tolmasquim defende leilão de capacidade, cessão de áreas para eólica offshore e redução de subsídios

Tolmasquim defende leilão de capacidade, cessão de áreas para eólica offshore e redução de subsídios

(Por Camila Maia e Rodrigo Polito)

A agenda de um eventual novo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inclui a realização de leilões de capacidade abertos para diversas fontes, a cessão de áreas para geração de eólica offshore já a partir de 2023, e o foco na modicidade tarifária com combate aos subsídios, disse Maurício Tolmasquim, professor titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O especialista representou a campanha do ex-presidente Lula no XIII Fórum Acende Brasil, que reuniu nomes ligados às principais campanhas à presidência e discutiu temas de ESG e transição energética, nesta terça-feira, em Brasília.

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Segundo Tolmasquim, os leilões de capacidade são fundamentais, uma vez que o problema energético do país envolve essa questão. “A eficiência energética é fundamental, mas mais importante que ela é a gestão da demanda. Nosso problema hoje não é falta de megawatt-hora, batemos isso fácil com eólicas. O problema é quando consumimos”, disse.

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A gestão da demanda é outro ponto importante, disse Tolmasquim. Segundo ele, não faz sentido fazer o leilão de capacidade só com termelétricas, e todas as tecnologias deveriam poder participar, desde que pudessem entregar o que se deseja. “Armazenamento deveria participar, vai que tem uma solução”, afirmou.

Em relação às novas tecnologias, Tolmasquim defendeu a realização da cessão de áreas offshore para geração de energia eólica em 2023, por meio de leilões ou diretamente aos agentes. 

“Hoje, existe um decreto que não é muito claro sobre a necessidade de licitação ou se poderá ser uma outorga direta, mas em 2023 vamos começar porque é necessário dar oportunidade ao investidor”, afirmou, lembrando que o Ibama atualmente tem mais de 140 GW em projetos inscritos para licenciamento. “Não tem por que ficar segurando esse potencial”, disse.

O ex-presidente da EPE comentou também sobre o potencial de desenvolvimento do hidrogênio verde, uma vez que existe um “casamento grande” com a eólica offshore. “Já ter ali uma planta de hidrogênio e exportar para a Europa”, afirmou.

A campanha do ex-presidente Lula também aborda a modicidade tarifária, principalmente a questão dos subsídios. “Vamos ter que enfrentar fortemente a questão da CDE. Cada vez se cria mais subsídios no setor”, disse Tolmasquim, que afirmou que o Brasil é o único país com subsídio para carvão.

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