O volume de projetos de geração eólica offshore aguardando licenciamento pelo Ibama cresceu de forma considerável nos últimos meses. Até o dia 21 de julho, havia 169,4 GW em projetos, uma adição de 36,4 GW em relação ao fim de abril, quando eram 133 GW.
O montante adicionado equivale a 2,5 vezes a potência total da usina de Itaipu, que tem 14 GW, e 1,6 vez o volume de projetos de geração eólica em operação no país, que está em 22 GW. A potência total em operação no Brasil hoje, considerando todas as fontes, soma 186,5 GW.
Os pedidos estão em análise, enquanto as regras da implementação dos projetos são estabelecidas. Em 25 de janeiro deste ano, o governo deu um passo importante ao publicar o decreto 10.946, que estabeleceu os primeiros passos e a segurança de mercado para a implementação dos empreendimentos. Ainda são esperadas outras normas para que os projetos comecem, de fato, a sair do papel, como uma portaria que vai estabelecer o processo de chamada pública em caso de cessão independente.
Desde abril, quando o levantamento disponibilizado pelo Ibama tinha sido atualizado pela última vez, a japonesa Shizen Energy apresentou pedidos de licenciamento para dois projetos no Ceará e quatro no Rio Grande do Sul, somando 18 GW de potência.
Também foram destaque no período os pedidos apresentados pela Internacional Energias Renováveis. Os projetos ficam no Ceará e no Maranhão e somam 5,4 GW.
A Eólica Brasil também pediu licenças para os projetos Asa Branca II, III e IV, com 9,7 GW, todos no Ceará.
Dos 61 pedidos de licenciamento, 21 têm áreas sobrepostas à polígonos que apresentaram os pleitos anteriormente. Ainda não foi decidido se os empreendedores poderão solicitar a cessão independente diretamente ao governo, ou se serão feitos leilões para licitação de áreas, em troca do pagamento de bônus de outorga, a exemplo de como é feito no segmento de exploração de petróleo e gás offshore.