Distribuição

Manutenção de regras para micro e miniGD pode conceder R$ 2,5 bi por ano a 600 mil pessoas, diz Abradee

Montante é superior a desconto dado a mais de 9 milhões de consumidores de baixa renda, aponta associação

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) afirmou que a manutenção das regras para a micro e minigeração distribuída poderá resultar na concessão de R$ 2,5 bilhões por ano em subsídios para pouco mais de 600 mil beneficiados. O montante é mais do que o desconto que é dado a consumidores de baixa renda, cujo universo supera 9 milhões em todo o país, segundo a associação.

Em comunicado, a Abradee disse que vem propondo há anos aprimoramento de regras para a geração distribuída no país e que estudos técnicos e econômicos atestam queda superior a 75% dos custos das placas fotovoltaicas nos últimos sete anos. A grande maioria dos equipamentos de micro e miniGD é da fonte solar.

Por esse motivo, entre outros, a Abradee acredita que “pode ser iniciado o processo de redução dos subsídios que hoje são destinados à fonte”.

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A associação disse esperar ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conclua “celeremente” o processo de revisão da Resolução Normativa 482/2012 e que o projeto de lei que tramitará no Legislativo estabeleça a data para o término dos subsídios e a origem dos respectivos recursos financeiros, “preferencialmente do Orçamento Geral da União”, para que não onere as tarifas de energia dos demais consumidores, entre outros pontos.

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“Nossa expectativa para que esse processo de aperfeiçoamento chegue a bom termo é a de que a ordem institucional seja mantida e a de que as decisões sejam pautadas pela serenidade e racionalidade”, acrescentou a Abradee.

O Portal Solar, marketplace de energia solar, possui uma lista de empresas que atuam no segmento de energia solar fotovoltaica, contabilizando 362 companhias, entre fornecedores, instaladores, integradores e consultores – aparecem na lista, inclusive, grandes players do setor, como a Enel X, subsidiária da italiana, que possui concessões de distribuição em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará, ou a Engie, com seu braço de GD.

Grupos como Cemig, EDP, Energisa e CPFL Energia possui forte atuação na distribuição, mas também oferecem soluções de micro e miniGD.

O debate sobre a revisão das regras para micro e miniGD vinha sendo feito nos últimos meses forma acalorada, por causa da consulta pública da Aneel encerrada nos últimos dias de 2019 –as contribuições ainda serão consolidadas pela agência.

A decisão será tomada pela diretoria, em reunião ainda sem data prevista. Nesse contexto, a temperatura do debate vinha arrefecendo, porém, a discussão ganhou impulso no início desta semana, com a publicação, pelo presidente Jair Bolsonaro, de um vídeo segundo o qual “não haverá ‘taxação’ da energia solar”.

Em seguida, o presidente contou, no Facebook, que havia conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e Senado, Davi Alcolumbre, sobre a “taxação de energia solar” proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Segundo a postagem, “o presidente da Câmara porá em votação Projeto de Lei, em regime de urgência, proibindo a taxação da energia gerada por radiação solar. O mesmo fará o presidente do Senado”. Ele finalizou a postagem dizendo “caso encerrado”.

Na última segunda-feira (06/01), o presidente reiterou o que havia afirmado no domingo, e na última terça-feira (07/01) afirmou que se o tema voltasse a ser debatido no governo haveria demissões. Em paralelo, o presidente reuniu-se com o diretor-relator do processo de revisão da REN 482/2012, Rodrigo Limp.

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