(Com Jade Stoppa Pires)
Se por um lado a visão do abastecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) para os três últimos meses de 2021 indica que não há risco de racionamento, por outro, para 2022 a situação é de incerteza e “bastante preocupante”, segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.
Para garantir uma situação mais confortável, o Operador recomenda que todas as medidas em 2021 para mitigar os impactos da crise hídrica, sejam mantidas para o próximo ano, mesmo com a previsão de climatologista de que o período chuvoso não atrase, começando ainda em outubro.
“Temos que estar mobilizados para enfrentar a estação seca de 2022. Na recomendação do ONS, não podemos desmobilizar esforços e trazer o máximo possível de energia termelétrica para o sistema. Por hora temos essa orientação, essa foi a nossa recomendação ao CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico]”, disse Ciocchi, que participou do evento online Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase), promovido pelo CanalEnergia.
As medidas de 2021 incluíram um plano em 35 linhas de ação, que englobam o aumento da oferta da energia, gerenciamento das flexibilizações hídricas, aumento dos limites de transmissão, da importação, resposta do modelo e todas as ações de comunicação com campanhas educativas de redução voluntária do consumo.
Segundo Ciocchi, para garantir a governança dos recursos energéticos para outubro foi possível com uma geração adicional para o sistema, seja por meio de usinas que estavam sem contratos, ou pelo programa de redução voluntária da demanda, que “mostrou comprometimento de vários setores e segmentos da indústria”, com 442 MW em setembro e mais de 720 MW em outubro.
A flexibilização da transmissão do Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, por sua vez, trouxe ganhos de 3.765 MW de agosto a setembro, representando 1,85% da energia armazenada no Sudeste. “Cada percentual é uma grande conquista, uma grande vitória”, disse o diretor-geral do ONS.