Nordex e Acciona criam joint venture para desenvolver hidrogênio verde na América Latina

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

03/Abr/2023 15:11 BRT

A alemã Nordex e a espanhola Acciona anunciaram uma nova joint venture voltada ao desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde em áreas com recursos eólicos abundantes, não conectados a redes elétricas convencionais. A nova companhia, chamada de Nordex H2 SL, já conta com um pipeline de projetos de hidrogênio verde nos Estados Unidos, na América Latina e na África, e está avaliando novas oportunidades em outras partes do mundo, segundo informe da companhia. 

Cada um dos projetos, com volume mínimo de 1 GW de potência instalada, será implantado por meio de acordos estratégicos com outras empresas e instituições públicas e privadas interessadas na produção ou consumo em massa do hidrogênio verde. 

A expectativa é que os empreendimentos estejam concluídos até 2027, com uma produção próxima de 500 mil toneladas de hidrogênio verde anuais nos próximos dez anos.  

Nesta nova joint venture, o grupo Acciona terá uma participação de 50%, dividida igualmente entre Acciona e a Acciona Energía, e a Nordex os 50% restantes. A transação foi estruturada por meio da compra de metade da subsidiária da Nordex para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde pelas empresas da Acciona e no total de 68 milhões de euros, a serem pagos nos próximos quatro anos. 

 Segundo José Luis Blanco, CEO da Nordex, a nova parceria deve ajudar a companhia a estabelecer uma cadeia de valor no ativo, enquanto, paralelamente, mantém um perfil de baixo risco. 

 Nordex resultados 2022 

A Nordex registrou um prejuízo consolidado de 497,8 milhões de euros em 2022, alta de 116% em relação às perdas de 230,2 milhões de euros do ano anterior.  

Na avaliação do grupo alemão, 2022 foi marcado por muitos desafios, incluindo as repercussões da guerra na Ucrânia e o aumento da inflação, dos custos e das taxas de juros da cadeia de suprimentos. 

“A empresa também lutou contra a escassez de suprimentos na produção e instalação e foi temporariamente afetada por um incidente de segurança cibernética”, diz o informe de demonstração financeira anual. 

O grupo também registrou prejuízo no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), chegando aos 244,3 milhões de euros, queda de 4,3% em relação a 2021.   

Já as vendas cresceram 2,7% no período, alcançando 5,1 bilhões de euros. Até o final de 2022, a Nordex vendeu 10.599 turbinas eólicas, com uma produção total de 31 GW, a maioria delas em contratos de longo prazo.   

“2022 foi um ano excepcionalmente intenso em que aprimoramos nossa cadeia produtiva, reforçamos nossa estrutura financeira, reduzimos sistematicamente os riscos e aumentamos nossos preços. Isso melhorou nosso posicionamento competitivo, o que é ainda mais importante, visto que 2023 ainda terá alguns riscos em frentes macroeconômicas, incluindo confiabilidade da cadeia de suprimentos, inflação e aumento das taxas de juros. No entanto, as ambições políticas de melhorar o setor de energia eólica onshore em nossos principais mercados da Europa e dos EUA, em particular, se intensificaram significativamente, dando confiança para melhorar a nossa lucratividade no médio prazo”, afirma Blanco.