Brasil é apenas o 5º melhor mercado emergente para investimentos em renováveis

Maria Clara Machado

Autor

Maria Clara Machado

Publicado

05/Dez/2023 11:26 BRT

Apesar das declaradas intenções do governo brasileiro de que o país irá “liderar a transição energética pelo exemplo”, o Brasil foi posicionado em quinto lugar entre os mercados emergentes mais interessantes para investimentos em energia renovável, atrás da Índia, China Continental, Chile e Filipinas. O estudo foi desenvolvido pela Bloomberg NEF e avaliou 110 economias emergentes.

Segundo o relatório, o Brasil se destaca pela geração solar de até 5 MW, que responde por metade da capacidade construída em solar e eólica em 2022 e um terço de todos os investimentos em renováveis no país. A BloombergNEF calcula que, apenas em 2022, foram instalados 10,7 GW em usinas de até 5 MW no Brasil, que agora somam 23 GW de potência. Além disso, o Brasil teria recebido em 2022 cerca de US$ 25 bilhões em investimentos em renováveis.

O estudo também destaca o formato “pioneiro” de leilões no Brasil para energia renovável, o sistema de compensação de energia (net-metering), os investimentos na rede e o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Entre os líderes, regulação forte

A Índia foi eleita o melhor mercado em desenvolvimento para investimento em energia renovável, por conta de sua regulação “ambiciosa” e pela alta competitividade do segmento de energia renovável. Segundo o estudo, US$ 47 bilhões foram investidos no país nos últimos cinco anos.

Em segundo lugar, está a China Continental, que deve abrigar 35% da capacidade de geração solar e 50% da geração eólica global até 2030. O Chile foi considerado o terceiro melhor mercado, com regulação clara e metas robustas sobre energia renovável.

As Filipinas ficaram em quarta posição graças aos leilões, contratos de longo prazo com tarifas garantidas (feed-in tariff), incentivos fiscais, metas importantes para energias renováveis e sistema de compensação de energia (net-metering). 

No Brasil, apesar do incentivo a renováveis por meio de subsídios atualmente contestados pelo mercado, as legislações sobre eólicas offshore, hidrogênio de baixo carbono e captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês) ainda patinam.

Pelo ranking, Croácia, Turquia, Colômbia, Macedônia do Norte e Romênia ficaram entre o sexto e o décimo lugares.