A Europa está na ‘vanguarda’ dos esforços para produzir e importar hidrogênio verde, segundo estudo da consultoria Rystad Energy. Dos 91 projetos de dutos para transporte de hidrogênio (H2) – em fase de planejamento ou com previsão para entrar em operação até 2035 – no mundo, totalizando 30,3 mil quilômetros de extensão, cerca de 26,4 mil quilômetros estão localizados na continente.
Dos mais de 4,3 mil quilômetros de dutos para movimentação do insumo existentes atualmente, 90% estão localizadas na América do Norte e na Europa.
“O aumento constante de projetos de gasodutos para hidrogênio é um sinal precoce de que a transição energética está ganhando ritmo. E a Europa, com sua extensa rede de gás, está posicionada para dar esse salto”, avalia Lein Mann Bergsmark, analista sênior de hidrogênio da Rystand Energy.
Como meta do RePowerEU, a União Europeia (UE) deve produzir 10 milhões de toneladas (Mt) de hidrogênio até 2030 e importar outros 10 Mt no mesmo período. Considerando os projetos já propostos atualmente, cerca de 7,9 milhões de toneladas devem ser destinadas para o abastecimento local até 2030.
Nos próximos meses, o plenário do parlamento e o conselho europeu avaliarão a aprovação de um acordo provisório para aumentar a participação das fontes renováveis, incluindo o hidrogênio, nos países-membros. Já a Comissão Europeia deve discutir um pacote de subsídios para a transição energética, enquanto analisa os primeiros esboços do projeto do Banco Europeu de Hidrogênio (EHB, na sigla em inglês).
Uso de gasodutos
Para Bergsmark, a mudança da infraestrutura dos gasodutos existentes para o transporte de hidrogênio não só é possível, como é quatro vezes mais econômica do que a construção de novos gasodutos. Entretanto, o analista avalia que as propriedades físicas do hidrogênio são o maior desafio para aqueles que buscam a conversão do transporte.
Além disso, ele aponta diferenças nas despesas operacionais entre uma rede de transmissão de hidrogênio baseada em gasodutos reaproveitados e uma rede de transmissão de H2 composta inteiramente por novos gasodutos.
“A viabilidade de reaproveitar gasodutos de gás natural gira em torno da superação de preocupações técnicas, que incluem a fragilização do aço e da solda por hidrogênio, permeação e vazamento de H2”, conclui a pesquisa.
Hidrogênio no Brasil:
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