Thiago Diniz escreve: Queda da Selic é o reforço para acelerar o mercado de energia solar

MegaWhat

Autor

MegaWhat

Publicado

22/Set/2023 15:42 BRT

Por: Thiago Diniz*

Nos últimos anos, o mercado de energia solar tem experimentado um crescimento surpreendente, impulsionado por diversos fatores. Agora, os dois cortes consecutivos na Selic e o fechamento da curva de juros reais no Brasil trazem perspectivas ainda mais positivas para o crescimento e desenvolvimento do setor. O que se desenha no horizonte é altamente promissor para distribuidores, instituições financeiras, integradores e, é claro, para os consumidores ávidos por uma fonte de energia mais limpa e econômica.

Uma das características mais notáveis do mercado solar é a ampla variedade de linhas de crédito disponíveis. Seja para projetos de curto ou longo prazo, as taxas prefixadas são uma constante, proporcionando um elemento de previsibilidade valioso para aqueles que financiam e para os que buscam financiamento.

Vale ressaltar que essas linhas de crédito não se limitam à aquisição dos geradores fotovoltaicos, abrangendo também os custos de instalação. O mecanismo conhecido como "split de pagamento", em que o montante é disponibilizado de forma distinta para o integrador (responsável pela instalação) e para o distribuidor, é frequentemente adotado e simplifica consideravelmente o processo de financiamento.

Um elemento crucial dos financiamentos para energia solar é a acessibilidade. Embora não exista um valor mínimo estritamente definido, é comum observar financiamentos a partir de 9 mil reais. Os prazos de pagamento podem se estender por até 96 meses, incluindo quatro a seis meses de carência. Entretanto, é importante destacar que a maioria dos financiamentos se concentram em prazos de 72 meses, com um período de carência de quatro meses, tornando-os acessíveis a um público mais amplo.

É relevante notar que a queda na Selic não produz um impacto imediato nas taxas de financiamento. Entretanto, a expectativa de uma redução gradual na taxa básica de juros já está influenciando positivamente a precificação dos financiamentos de longo prazo. Isso significa que, embora a redução não seja instantânea, os consumidores e as empresas podem antecipar taxas de financiamento mais favoráveis no futuro próximo.

O mercado fotovoltaico está experimentando os benefícios de uma sinergia de fatores positivos. Além da redução na Selic, observa-se uma diminuição nos preços da matéria-prima dos equipamentos solares, uma desvalorização do dólar e a própria queda na taxa de juros. Esses três componentes, quando combinados, criam um ambiente altamente propício para o setor. Com taxas de juros variando em torno de 8% a 9% ao ano, as parcelas de financiamento podem competir ou até mesmo ser inferiores ao custo da conta de energia convencional, permitindo que a economia proporcionada cubra os custos do financiamento.

Os números falam por si só. Em comparação com julho, as vendas por meio de financiamentos no mês de agosto registraram um aumento expressivo de 30%. Esse incremento é um indicativo de que a combinação da queda na Selic com outros fatores favoráveis estão impulsionando o crescimento contínuo do mercado.

A redução na taxa básica de juros é apenas um dos elementos que estão favorecendo o mercado de energia solar. A acessibilidade financeira proporcionada pelos financiamentos, aliada à previsibilidade das taxas prefixadas, torna a energia solar uma escolha atraente tanto para consumidores quanto para empresas.

A energia solar não é apenas uma alternativa sustentável, mas também uma opção financeiramente inteligente para o presente e o futuro. A queda na Selic traz mais força e permite a democratização do acesso na geração de energia limpa e renovável para aqueles que acreditam em um futuro mais sustentável e próspero.

*Thiago Diniz é diretor do Banco Genyx

Cada vez mais ligada na Comunidade, a MegaWhat abriu um espaço para que especialistas publiquem artigos de opinião relacionados ao setor de energia. Os textos passarão pela análise do time editorial da plataforma, que definirá sobre a possibilidade e data da publicação.

As opiniões publicadas não refletem necessariamente a opinião da MegaWhat.

Outras opiniões:

Daniel Brodbekier escreve: O potencial do hidrogênio verde no Brasil e sua relação com a energia renovável

Mariana Granata escreve - Energia solar: Insumos em queda, financiamentos em alta

TAGD Advogados escreve: A preparação dos agentes para a nova (e talvez a primeira) onda de comercialização varejista no Brasil

Talyta Viana escreve: À espera de uma liquidação de encargos de transmissão eficiente

André Ferreira escreve: A hora e a vez da energia solar

Luiz Fernando Leone Vianna escreve - Abertura do mercado do setor elétrico: uma revolução anunciada